segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Longe do meu Coração, de Júlio Magalhães

“Talvez porque também um dia parti e regressei, confesso que me fascinam as histórias sobre os portugueses que saíram deste pedaço de terra e se fizeram ao mundo, pelas mais diferentes razões.”
É com esta justificação que o escritor e jornalista Júlio Magalhães apresenta o seu terceiro romance. Longe do meu Coração foi escrito em Outubro de 2010 e sequencia os dois best-sellers Os Retornados – Um Amor Nunca se Esquece e Um Amor em Tempos de Guerra.
A obra relata a história de um português que, como tantos outros, emigrou para França nos anos 60, onde sofreu e lutou pelos seus sonhos. Diz o autor este ser um tema que marcou o século XX, a cultura e o povo português para sempre.
                De mencionar que o escritor ouviu portugueses que passaram por esta realidade – “Ouvi histórias trágicas, relatos de viagens dramáticos, de sobrevivência, de determinação, coragem, de luta e sacrifício”, refere o jornalista numa nota introdutória à sua obra, confessando que tal permitiu-lhe descobrir um mundo novo, uma história verdadeira que o cativou e que agora transcreve para a obra.
O facto de se ter baseado em factos e testemunhos reais dá maior credibilidade à história que é contada nas pouco mais de 200 páginas que compõem o romance, pois o ler episódios que retratam o quotidiano daqueles que emigraram para França é uma forma de relembrar ou conhecer tal drama por que passou o povo português. Mas o ler tais episódios escritos por quem sabe certamente contar factos reais permite quase um reviver daquela época!
 Desde os seus 16 anos que Júlio Magalhães trabalha na área de jornalismo (tendo começado como colaborador na área do desporto de um jornal local, o jornalista é agora director de informação da TVI). Os 32 anos de experiencia jornalística conjuntamente com o seu notável interesse pelo tema da emigração são os factores perfeitos para que Longe do Meu Coração seja um romance de leitura fácil, mas com conteúdo.
Talvez seja esta a razão mais forte pela qual o livro me despertou a atenção – Para qualquer estudante de jornalismo deve interessar conhecer a escrita de reconhecidos jornalistas noutros contextos que não o de notificar. Contudo, antes de estudantes de jornalismo, história ou engenharia, somos portugueses! E uma obra que retrate uma época da vida de gente de Portugal, que dê a conhecer o drama por que passaram, que recrie os tempos difíceis dos anos 60, deve ser de interesse geral para qualquer um que procure conhecer um pouco mais da cultura do seu país.

Mariana Botelho

UAc entre as Universidades Europeias que acolhem Programa Erasmus

        Foi em 2000 que a Universidade dos Açores entrou para a lista de universidades europeias que abrigam o programa erasmus, acolhendo estudantes estrangeiros (os chamados Erasmus Incoming) e apoiando estudantes residentes que estudam por um período no estrangeiro – Erasmus Outgoing.

       Desde 2000 até ao presente ano lectivo, a UAc já acolheu 407 Erasmus Incoming provenientes dos mais diversos países como Bulgária, Grécia, Lituânia, Polónia, Roménia, entre tantos outros.
       Foi espanhóis que a UAc mais recebeu, não havendo um só ano em que a Universidade açoriana não acolhesse estudantes deste país. Até há data, foram 157 os Erasmus Incoming provenientes de Espanha, 34 dos quais estão actualmente a estudar na UAc.
       Desde 2000 até 2007, o número de Erasmus Incoming foi relativamente constante, sendo que de 2007 para 2008 notou-se um considerável aumento no número de alunos Erasmus Incoming que escolheram os Açores como cenário para a sua experiencia Erasmus. A partir deste ano, o número tem vindo sempre a crescer, havendo no presente ano lectivo mais de 80 Erasmus na UAc (ver gráfico).
       Quanto aos alunos Erasmus Outgoing, o número já não é tão grande. Sem contar com o primeiro ano, em que apenas um aluno residente foi fazer Erasmus (para a Bélgica), o número de estudantes tem se mantido mais ou menos dentro dos mesmos valores, notando-se apenas um suave crescimento. De 2009 para 2010, todavia, o número de Erasmus Outgoing desceu de 41 para 15 estudantes.

       Apesar de tal decréscimo, a Universidade dos Açores tem feito por apoiar todos os alunos envolvidos no programa erasmus:

       Para os Erasmus Incoming, o Gabinete das Relações Internacionais da UAc organiza anualmente uma semana de boas vindas, onde para além de sessão de esclarecimento e encontro com os coordenadores de curso dos alunos, são organizados passeios turísticos. Durante todo o ano, também a associação académica da Universidade dos Açores apoia estes alunos, organizando eventos de foro social e cultural.
       Uma outra forma de apoiar os estudantes Incoming, é o grupo ESN (European Student Network) que está actualmente a ser criado na UAc – Espera-se que antes de 2011 este já esteja oficializado. A ESN é uma associação conhecida a nível europeu, organizada por alunos voluntários que dão apoio aos Erasmus Incoming em diversas áreas.
       Numa média de 162.000 por ano, já foram mais de 21 milhões os estudantes que, desde 1987, fizeram Erasmus e o número tende a aumentar, prevendo-se que no ano lectivo 2011/2012 se chegue aos 3 milhões de estudantes Erasmus.


Mariana Botelho